Diariamente, ou quase, tenho papelinhos para ler e tomar conhecimento, enviados pelos estabelecimentos de ensino que os meus filhos frequentam. Muitas vezes leio-os na diagonal. O mesmo se passa com os recados na caderneta. Este ano tenho tido mais sorte com os segundos. Ufa!
Hoje recebi dois recados num. Duas mensagens num só papel. Antes de passar a descrever uma das situações aí mecionadas, vou meditar um pouco na razão de tanto recado. Meditem vocês também.
Transcrevo parte da missiva:
"
Tem vindo a acontecer, cada vez com mais frequência, os Encarregados de Educação serem chamados pelos educandos, por telemóvel, para resolverem situações de conflito, de perdas de material e outras situações de pequena gravidade. Estas deslocações à escola causam, por vezes, alguma alteração à vivência do quotidiano na Escola, já que, são V. Exas. levados a interpelar outros alunos e a interferir no normal funcionamento da comunidade...."Começando por este parágrafo... pequena gravidade - não diria, dado que em situação de agressão entre alunos, não existe qualquer funcionário ou professor que possa/queira intervir ou que seja visível (os alunos são agressivos mas não são burros e aproveitam a ausência de qualquer adulto para actos menos correctos) e depois de encontrar o / a directora de turma a queixa tem de ser por escrito. Entretanto tudo pode acontecer... as perdas de material muitas vezes são roubo de material...
Quis saber a razão desta mensagem e fiquei a saber, será verdade ou não, que um aluno chamou a mãe por ter sido agredido. A mãe chegou e agrediu o miúdo que tinha magoado o filho. A directora de turma acabou por também apanhar umas lachetas desta mãe...
Isto vai bem vai... as escolas são o espelho do país e os alunos serão o futuro. Que presente! Que futuro!
É terrível ser obrigado a enviar os filhos para estas instituições de ensino.
As crianças não se sentem protegidas, nem seguras e socorrem-se dos pais para os defender, dentro da instituição.
A instituição, escola, não defende de facto os alunos, pois se nem se defende a ela mesma.
Em tempos a escola defendia, ensinava e exigia o bom comportamento dos alunos e professores. Crianças, adolescentes, na idade de fazer disparates e irreverentes, e éramos, e brincávamos, e aprendíamos, tudo dentro dos limites. Limites é o que é preciso. Os alunos sentiam-se lá seguros, e conscientes da sua função - aprender; e da dos professores - ensinar. Os pais só eram chamados quando necessário. E as faltas disciplinares não existiam apenas no regulamento. Eram reais, e ao fim de 3 ... good bye.
Há já alguns anos que cantava a Ivone Silva
Este país é um colosso
Está tudo grosso
Está tudo grosso