januaria e helena

sábado, novembro 18, 2006

Destak


A nova moda é oferecerem jornais nos semáforos. Destaco esta do Destak do dia 16/11/2006. Podem continuar a oferecer que eu aceito e leio, e até agora ainda não encontrei nem gralhas nem anúncios de "encontros", duas coisas que me impedem de comprar jornais e revistas.


posteriormente cheguei à conclusão que não se consegue ler o texto por isso resolvi transcrevê-lo

"Se há algo para que a vida não nos prepara é para a morte. É estúpido, mas verdadeiro, porque desde que nascemos esta é a única certeza da nossa vida. Mas existem muitos tipos de morte. A física, a partida do corpo e da alma de alguém, essa é a dor infinita. Mas também existe a morte do amor, uma e outra e outra vez, porque podemos morrer um pouco todos os dias na ausência do ser amado, na necessidade de continuar a viver, mesmo que sem sentido. E a morte da amizade, porque a vida encarrega-se da erosão daquela dedicação entre dois seres humanos que não é passível de transcrever em palavras, é apenas o estar lá quando o outro se perdeu. A morte das relações familiares. Os laços de sangue vão perdendo a sua força e de repente damos connosco num beco sem saída, num deve e haver de mágoas que destroem para sempre aquilo que um dia foi a nossa história, a história do nosso berço e de quem nos rodeava desde os primeiros passos. A vida é madrasta, diz o povo. E se dantes tudo isto era verdade, hoje à velocidade com que vivemos os dias, nesta luta pela sobrevivência onde todos somos vítimas, mesmo aqueles poucos que detêm o poder, económico, passional, seja ele qual for, hoje as várias mortes acontecem cada vez mais cedo e mais depressa. Vivemos rodeados por uma multidão de conhecidos e desconhecidos. E, contudo, vivemos uma solidão tão profunda que quase tem forma física, que quase se pode tocar. O nosso medo já não é morrer só, é viver só."